Análise: Digimon Time Stranger – O Sucessor que Estourou a Bolha

O novo título da franquia acerta em cheio no fã service e nas inovações, mas tropeça em decisões questionáveis de monetização.
Caros leitores e Tamers, hoje vamos falar de um dos jogos mais esperados da franquia: Digimon Time Stranger. Sendo considerado um sucessor de Cyber Sleuth, este é um título que eu pude apreciar como um dos melhores jogos de Digimon já feitos.
Antes de tudo, quero deixar um agradecimento especial à “Nuvem”, que com suas condições de pagamento e um desconto legal, permitiu a aquisição deste jogo.
A proposta de Time Stranger é clara: o foco não é nos humanos, mas sim nos Digimons. E ele cumpre isso muito bem, mas não sem algumas falhas que precisam ser ditas.
Onde o Jogo Tropeça: As Críticas


Vamos começar pelos pontos negativos. O primeiro e talvez mais frustrante é a política de DLCs. Mesmo comprando a “Versão Definitiva”, você é obrigado a comprar à parte pacotes essenciais:
- A DLC de músicas dos animes.
- A DLC de dungeon para farm de XP.
- DLCs de material e de dinheiro.
Na minha opinião, isso só afasta os jogadores, e a versão definitiva já deveria incluir tudo isso.
Outros dois problemas se destacam: primeiro, o protagonista não tem áudio. Ele é completamente mudo, e apenas o “operador” (o personagem que você não escolheu) tem dublagem. Segundo, o jogo sofre com algumas missões “maçantes”, que se tornam tediosas, como uma no final onde é preciso ficar capturando a alma de Etemon.
As Grandes Inovações: Onde o Jogo Brilha






Apesar dos problemas, Time Stranger é uma experiência valorosa. As mecânicas do jogo trazem elementos tanto da série World (foco em status) quanto da Story (devoluir e evoluir). A evolução, aliás, está bem mais fácil que em Cyber Sleuth, embora o ganho de level esteja mais demorado.
O jogo traz inovações muito bem-vindas:
- Montarias: Finalmente temos montarias, algo que não existia em Cyber Sleuth.
- Gestão de Banco: Podemos mexer no nosso banco de Digimons diretamente, sem precisar ir até a Mirei no DigiLab.
- Combate Dinâmico: O protagonista tem uma mecânica de “tiros” que podem aplicar buffs, debuffs, atacar ou até ressuscitar aliados.
- Troca de Forma: Uma das melhores inclusões é poder mudar a forma de um Digimon durante a batalha. Você pode ir de um Spirit humano para o fera, ou de Imperialdramon Dragon Mode para o Fighter Mode no meio da luta, sem precisar evoluir permanentemente.
- Itens e trocas de Digimon: Podemos fazer a troca ou usar itens sem perder a vez
- Mecânica de fazer o Digimon bater ou desbloquear passagens: Nessa pode se usar o Digimon para quebrar bloqueios ou bater em outros Digimon para evitar batalhas ou diminuir mais o PV
- Kizunas: O jogo também inclui os “Kizunas”, que ajudam a segurar os bosses no começo do jogo.
O mais importante é que o jogo “estourou a bolha”. Com gráficos muito bons e, principalmente, legendas em português, Time Stranger atraiu a atenção de novos jogadores e até de criadores de conteúdo de Pokémon, que passaram a divulgar o jogo.
A História de Time Stranger (ALERTA: SPOILERS PESADOS!)
Se você ainda não jogou, pule esta seção. O foco de Time Stranger são os Digimons, e a história é uma prova disso.








O Elenco: Temos os protagonistas Dan e Kanan Yuki (você escolhe um, o outro vira seu operador). Mas os personagens centrais da trama são Inori Missono e seu parceiro, Aegimou. O elenco humano ainda conta com figuras importantes como o Capitão Kodai Kuremi e Monica Simons.
As Facções: A trama gira em torno de duas grandes forças:

- Os Olympus Twelve: Jupitermon, Minervamon, Neptunemon, Venusmon, Vulcanusmon, Ceresmon, etc..


- Os Titãs: Um grupo liderado por Plutomon.
O Resumo da Trama: A história envolve viagens no tempo e o evento conhecido como “inferno de Shinjuku”. Começamos a investigar invasões dos Titãs no Mundo Digital enquanto conhecemos a relação profunda entre Inori e Aegimou.

Com o tempo, descobrimos que Aegimou é, na verdade, uma parte do Digimon Chronomon. O mais chocante é a revelação sobre o nosso próprio protagonista: ele é uma “sombra” do Aegimou, criada pela Homeostasis. O jogo nos dá uma clara referência de que Homeostasis tem influência sobre todos os servidores. Ela cria uma forma humana para essa sombra e, no clímax da jornada, o protagonista e o Aegimou original se fundem, dando origem ao Jupitermon.
Conexões e o Futuro

A trama também se aprofunda na lore de Cyber Sleuth. Descobrimos que o Capitão Kodai Kuremi morre por conta da Hanamon, e o jogo estabelece sua linha do tempo ocorrendo 8 anos antes e 8 anos depois dos eventos de Cyber Sleuth. Há até uma side quest da Kyoko Kuremi investigando o Éden, uma missão que faz referência direta ao DLC do jogo anterior.
Os Royal Knights também têm uma participação importante. É explicado que, devido a um “reset”, algumas de suas personalidades mudaram, mas o Alphamon ainda se lembra dos seres humanos.
No final, descobrimos que o grande vilão que estava armando tudo é o Chronomon. Na batalha final, os próprios Royal Knights nos ajudam a lutar contra ele. É nesse ponto que a personagem Monica Simons se destaca, pregando a convivência pacífica entre humanos e Digimons. Após a vitória, o Aegimou original se sacrifica, ficando para controlar o tempo e permitir que Inori possa voltar e reencontrar seu irmão. Ele pede ao protagonista (agora Jupitermon) para vigiar o mundo, e o jogo termina com Jupitermon permanecendo no Mundo Digital.
A história de Time Stranger também serve para resgatar personagens, como a Ilíada (Iriada), que havia morrido no antigo jogo de celular descontinuado, Digimon Crusade. Além disso, o jogo base parece ser apenas o começo.
Vazamentos de datamines recentes indicam que teremos muitas novidades em DLCs futuras. Os arquivos sugerem a chegada de:
- Formas X-Antibody para os Royal Knights.

- Novas variações do Omegamon, incluindo Alter-S, Alter-B, Merciful Mode e Defeated.

- A possível inclusão de Parallelomon, um Digimon vindo diretamente do mangá V-Tamer.

- E até mesmo o Digimon principal do filme Beyond UKKOMON (referente ao 02).

O Veredito
Digimon Time Stranger é uma experiência muito legal, especialmente para quem já é fã da franquia.
Como mencionei no início, o jogo tem seus defeitos: a política agressiva de DLCs, o protagonista mudo e algumas missões maçantes são problemas reais.
No entanto, os acertos superam os erros. O jogo conseguiu “estourar a bolha” da comunidade Digimon. Graças à inclusão de legendas em português, a adição de montarias e os gráficos muito bons, vimos até criadores de conteúdo focados em Pokémon fazendo divulgação do jogo, o que foi excelente para a franquia.
Pela sua história, suas inovações e pelo respeito à lore, eu recomendo a todos que joguem Digimon Time Stranger.






