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O lançamento do modo de dificuldade ajustável em Lies of P reacendeu uma velha discussão no mundo dos games: “jogos difíceis precisam de modo fácil?” — e com isso veio a enxurrada de críticas, defensores ferrenhos e, claro, muito hate gratuito.

Mas calma aí, vamos colocar os pingos nos i’s.

A Defensiva dos Criadores: Uma Porta Aberta Para Novos Jogadores

O modo fácil não desrespeita ninguém. Ele existe como uma opção, não uma obrigação. A proposta dos desenvolvedores foi clara: permitir que mais jogadores experimentem a história e universo de Lies of P — um soulslike visualmente incrível e com uma proposta sombria que merece ser explorada.

Criadores como Miyazaki (de Dark Souls) já disseram que desafiar o jogador é parte da identidade, mas isso não significa que todos os jogos inspirados nesse estilo tenham que seguir a mesma regra com rigidez. Dar acesso à experiência completa sem travar o jogador no primeiro boss não é desrespeito — é inclusão.

O Ódio Pela Inclusão: A Turma do “Git Gud” Perdeu a Mão

Infelizmente, a comunidade soulslike ainda tem uma parte barulhenta que adora desmerecer quem escolhe um caminho diferente: “modo fácil é trapaça”, “isso mata a proposta”, “não é um souls de verdade”. Mas pera lá: se você joga no difícil, o que te impede de deixar o outro curtir do jeito dele?

Esse elitismo do “só é gamer quem sofre” enfraquece a comunidade, afasta novos públicos e ignora o fato de que ninguém é menos jogador por escolher uma rota diferente. O verdadeiro desafio deveria ser vencer o ego, não o boss.

Críticas Construtivas ao Lies of P

Agora, não dá pra passar pano só porque é um soulslike estiloso. Algumas críticas construtivas ao Lies of P são importantes:

  • A variedade de builds é limitada: apesar do sistema de armas ser interessante, ele carece de liberdade real comparado a outros jogos do gênero.
  • A progressão pode ser punitiva demais em certos pontos, especialmente no início, desbalanceando a curva de dificuldade.
  • A história demora a engatar — o mundo é bonito e bem construído, mas o ritmo lento pode desmotivar quem não está 100% imerso.

Esses pontos poderiam ser melhor trabalhados sem comprometer o desafio principal. Ou seja, sim: dá pra melhorar sem deixar o jogo “fácil demais”.

Críticas Negativas (e Justas)

Nem toda crítica ao modo fácil é hate — tem quem aponte que ele pode quebrar a tensão que define o gênero soulslike, e esse é um ponto válido. Em jogos onde o medo de morrer molda o comportamento do jogador, remover esse fator pode enfraquecer a experiência… para quem quer exatamente esse tipo de desafio.

Além disso, a forma como o modo foi implementado em Lies of P foi um tanto escondida e limitada — o que levanta dúvidas se foi feito só pra “calar a boca da crítica” em vez de ser algo bem pensado. Nesse ponto, a crítica é legítima.

Conclusão: Dificuldade é Sobre Escolha, Não Pureza Gamer

Defender a existência de um modo mais acessível não é diminuir o jogo original — é permitir que mais gente possa amá-lo do seu jeito. E criticar esse movimento sem propor algo construtivo só mostra uma coisa: medo da mudança e da diversidade dentro da comunidade.

Então, pra você que curte o difícil: joga no seu modo. Pra você que quer só curtir a história: joga do seu jeito. E pra quem ainda tá hateando? Vai procurar um hobby mais saudável do que atacar quem só quer jogar tranquilo.

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