Prefeitura altera trânsito e causa transtorno ao Hospital em Capão da Canoa
O Município de Capão da Canoa vem se destacando pelas mudanças realizadas no trânsito. Com as mudanças já é possível perceber que na Avenida Paraguassú (principal da cidade) a circulação de veículos flui com mais rapidez e isso graças ao trabalho de asfaltamento de vias paralelas que ligam o centro aos bairros.
Conforme o secretário municipal de Planejamento, Beto Rocha, “as mudanças fazem parte de um grande plano de urbanização que visa adequar toda a cidade”. Entretanto uma mudança tem causado um certo desconforto por parte da população. Trata-se da alteração no sentido de tráfego da Rua Dom Guanella, que teve o sentido alterado mais de uma vez pelo Departamento de Trânsito. A mudança não sofreria nenhuma crítica, não fosse o fato de ser o único acesso para se chegar até o Hospital Santa Luzia. Os motoristas que estavam habituados a trafegar no sentido Norte-Sul, agora terão que se acostumar ao contrário, pois desde o dia 17/3 a Rua Dom Luiz Guanella passou para o sentido Sul-Norte, ou seja: para chegar até a emergência do Hospital é necessário acessar a Rua através da Avenida Ubirajara (depois do Hospital para quem vem do lado Norte da cidade).
Conforme a direção do Hospital Santa Luzia, a instituição não recebeu nenhum comunicado prévio por parte da prefeitura sobre a alteração. “Fomos pegos de surpresa e não tivemos como avisar as ambulâncias sobre a alteração”, disse Aline Sassi, administradora do Hospital. Para ela, a mudança gerou diversos problemas como a entrada das ambulâncias na emergência, “pois o acesso no local está no sentido Norte-Sul e com a mudança as ambulâncias agora estão com dificuldade para acessar rapidamente a emergência e, em se tratando de vidas, cada segundo é valioso”.
Na semana passada, uma ambulância acabou atingindo o teto da entrada da emergência e arrancou parte do forro, pois com a entrada inversa o veículo não consegue manobrar adequadamente.
Com relação às ambulâncias, o secretário Beto Rocha disse que “faz parte do projeto um corredor específico para as ambulâncias poderem trafegar na contramão”. Este trecho é compreendido a partir da Rua Tiaraju até a emergência do Hospital (meia quadra). Alguns taxistas alertaram para o fato de que isto abrirá precedentes para que demais motoristas também circulem na contramão.
Outro ponto levantado pela direção do Hospital Santa Luzia foi que a prefeitura não teria comunicado os municípios da região sobre a alteração, “pois o Santa Luzia é um Hospital Regional e recebe, diariamente, ambulâncias e veículos de diversos municípios que não foram comunicados previamente sobre a mudança no sentido da Rua”, disse Aline.
Além disso, parte dos funcionários do Hospital também ficou prejudicada por causa da alteração no trajeto do transporte coletivo, pois este não passa mais em frente ao Hospital, passando agora na Rua Ceci e Av. Ubirajara. “temos funcionários, na maioria mulheres, que saem do trabalho a meia noite e agora terão que ir para outra rua com menos segurança e sem abrigo, como farão em dias de chuva”? Questiona a direção do Hospital. “Quando a parada de ônibus era em frente ao Hospital, todos ficavam seguros e abrigados”, concluiu. No entanto, não são apenas os funcionários que acabaram tendo que caminhar mais para pegar o ônibus, pois os pacientes também saíram no prejuízo. “Temos muitos pacientes cadeirantes, mães com filhos pequenos e idosos que agora terão que caminhar no sol ou na chuva para chegar até o Hospital”, salientou a diretora da instituição.
O Secretário Beto Rocha ouviu as reivindicações do Hospital na quinta-feira, dia 17 e durante a conversa com Aline Sassi, ficou acordado que esta alteração seria em caráter de experiência por 30 dias. O secretário também se comprometeu em buscar uma solução para o problema com o transporte coletivo.
Perguntas ainda sem respostas:
Se as mudanças fazem parte de um plano global, porque não se pensou em dar prioridade para a Rua do único Hospital do município, já que a cidade fica toda do lado Norte da instituição?
Porque o hospital não foi comunicado ou ouvido previamente?
Porque os municípios vizinhos também não foram comunicados com antecedência?
Qual a razão para mudar a rota do transporte coletivo, tirando este da frente do Hospital?
Se houver algum sinistro, de quem será a responsabilidade?
E se no final do prazo de 30 dias a conclusão for negativa. O Fluxo vai mudar novamente?